Em entrevista ao programa de Oprah Winfrey, ciclista delata pessoas que sabiam do uso de substâncias ilícitas para tentar reduzir pena dada pela UCI
Com exibição marcada para esta quinta-feira, a entrevista de Lance Armstrong ao programa de Oprah Winfrey promete abalar o mundo do ciclismo. Segundo fontes do jornal “The New York Times”, o americano não apenas admitiu ter se dopado durante sua carreira, como também acusou nomes do alto escalão do esporte e donos de equipes que acobertaram todo o esquema. A intenção é, com a delação, tentar uma redução da pena dada pela União Ciclística Internacional (UCI), que o baniu do esporte.
A conversa com a apresentadora americana foi gravada em Austin, no Texas, nesta segunda-feira. Nela, Armstrong negou ter incentivado outros companheiros a se dopar, dizendo que apenas fazia o mesmo que os demais. Ainda durante a gravação, ele teria revelado conversas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para testemunhar contra dirigentes da UCI. Ex-colega de equipe do ciclista, Floyd Landis, alegou publicamente que o ciclista lesou o país, já que a equipe pela qual ele competia era patrocinada pelo serviço nacional de correios. O órgão já teria demonstrado interesse em ser ressarcido pelo atleta e por seu agente, Bill Stapleton, já que mais de 30 milhões de dólares (mais de R$60 milhões) no time.
De acordo com o “NY Times”, Armstrong teria decidido revelar publicamente o esquema após um encontro com membros da Agência Antidoping Americana, incluindo o executivo chefe, Travis Tygart. Nesta conversa, Tygart teria se mostrado inclinado a rever o banimento do ciclista caso nomes de peso relacionados ao caso fossem expostos. A lista de possíveis alvos conta com Pat McQuaid, atual presidente da UCI, e Hein Verbrugen, que esteve no comando da entidade entre 1991 e 2005 e é membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI).
- Esse cara é um enigma e ninguém sabe realmente o que ele vai fazer, não importa o que ele diga. Acho que ele tem os próprios demônios com que lidar, mas nada pode ser feito sobre sua pena vitalícia quando ele não fez nada para nos ajudar – disse o diretor geral da Agência Mundial Antidoping (Wada), David Howman.
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